Ao avaliar o momento da Seleção Brasileira é importante entender que as limitações existem, mas também é necessário pensar que estamos caminhando
No penúltimo dia de julho, a seleção brasileira de futebol feminino conquistou o seu oitavo título da Copa América em nove edições da competição. O triunfo por 1x0 no estádio Afonso Lopéz diante das colombianas, anfitriãs do torneio, colocou fim a uma campanha irretocável, com 6 vitórias em 6 jogos, vinte gols marcados e nenhum sofrido.
É necessário fazer um recorte em relação ao nível técnico das nossas adversárias no torneio? Sim, até porque o futebol feminino na América do Sul (bem como o futebol brasileiro), está passando por reformulação e se fortalecendo enquanto modalidade, ainda tem muito a evoluir e isso contribuiu para a conquista da nossa seleção.
Ao longo desses 22 dias de Copa América, as comparações com as seleções que figuram nas primeiras colocações do ranking da modalidade, também fizeram parte dos debates. Um dos tópicos mais abordados foi a projeção do desempenho na Copa do Mundo de 2023, terminando em uma eliminação nas oitavas de final do torneio.
É importante colocar os pés no chão e entender que as limitações existem, o processo de renovação que é tão falado precisa ser mais intensificado, nomes que figuram no futebol brasileiro precisam ganhar mais oportunidades nas listas da Pia, mas também acho importante ressaltar que estamos caminhando enquanto projeto.
Passamos anos vivendo à sombra do machismo que passou pela proibição da modalidade no país e pela criação de estereótipos em relação as nossas atletas. Vivemos com o descaso de quem deveria cuidar, com a falta de apoio e tudo isso nos impediu de crescer.
E pela primeira vez depois de tanto tempo perdidas, conseguimos enxergar as pretensões e projetar conquistas a longo prazo. Não vai acontecer da noite para o dia, é verdade, mas como disse nas linhas acima, seguimos no caminho e isso já é um grande passo.
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